O Cristianismo que inclui


O Cristianismo verdadeiro é a maior ferramenta de igualdade e inclusão que o mundo já viu.


Talvez a maior e mais impressionante característica de Jesus era que, a despeito de todas as suas posições pessoais e seu árduo combate a práticas e pensamentos contrários as suas convicções, Ele continuava a amar todos aqueles que não pensavam como Ele.

Jesus era pautado no amor e somente no amor.

Desde o primeiro momento em que Jesus iniciou seu ministério sobre a terra, e isso aos 30 anos de idade, Jesus dedicou-se totalmente a cuidar daqueles que o mundo maltratava e manifestava desprezo e afastamento. Jesus focou sua vida e ministério naqueles que a sociedade menos valorizava. Os doentes, os pecadores, os endemoniados, e aqueles a quem a religião judaica considerava como cidadãos 'menos importantes'. 

Jesus iniciou aquilo que chamo de 'primeira expressão de valorização da mulher' quando, não fez distinção entre aqueles que Ele escolheu abençoar, curar e continuar sua missão. A Bíblia nos mostra a história da ação de Jesus e de seus seguidores, ressaltando a escolha dos 12 apóstolos, sendo todos do sexo masculino, mas, o relato se prende a isso, em razão da cultura daqueles que escreveram, que insistiam em contar a história através de seu olhar masculino. Ninguém tem dúvidas e a Bíblia não deixa dúvidas da importância da mulher nos planos de Jesus. Elas até podem aparecer menos nas linhas das escrituras sagradas, todavia, ninguém ousa pensar que elas possuíam menos importância que os homens no projeto iniciado por Jesus. Jesus andou com mulheres, pregou para mulheres, curou uma infinidade delas, e, em todas as suas ações, nunca praticou ato algum de separação entre seus seguidores e suas seguidoras.

A Bíblia diz que, assim como Pedro, João, Mateus, etc, seguiam a Jesus, as mulheres sempre estavam ali, aos pés dEle, seguindo-o e cumprindo a missão.

Jesus não desprezou os enfermos, antes os curou e lhes restaurou a dignidade, haja vista que naquela época, onde a medicina era absolutamente limitada à falta de recursos avançados de diagnóstico e tratamento, os enfermos eram na maioria das vezes abandonados para morrerem sozinhos e distantes, pois, a sociedade mantinha um enorme 'medo' da doença proliferar nos outros. Assim, afastar o doente do convívio era a maior forma de se tratar uma doença, pois com isso, ninguém mais ficaria doente e apenas o doente morreria. Jesus não se afastou dos enfermos, ao contrário, dirigiu seu ministério para junto deles.

Jesus não se afastou de mentirosos, ladrões, prostitutas, exploradores do povo, sacerdotes corruptos, governadores impiedosos, beberrões, idolatras, glutões, avarentos, orgulhosos, adúlteros, hipócritas, assassinos... De forma alguma! Antes, Jesus os chamou para andar com Ele, sim, Jesus deixou bem claro em toda a sua existência que esses eram o foco do seu ministério.

Homens de bem também andaram com Jesus, sim, Jesus não faz acepção de pessoas, mas, o que Jesus queria dizer quando afirmava que era mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus era que, o homem de bem e respeitado por suas riquezas e sua posição social, as vezes mantinha-se afastado de Jesus por medo de perder o status que já possuía, afinal, andar com Jesus seria afrontar todos os costumes da época e, aqueles que eram a classe dominante socialmente, para andar com Jesus precisavam humilhar-se para se reconhecer em igualdade com o oprimido, o excluído, o pobre.

Umas das coisas que mais me impressiona em Jesus era que, mesmo pregando e condenando o pecado, ele não criou um mecanismo de exclusão de pessoas, ao contrário, Ele criou uma forma de equiparação nunca antes imaginada por nenhuma outra cultura ou religião sobre a terra. Jesus colocava todo ser humano debaixo de uma mesma condição, qual seja pecadora, e abria as portas para uma nova posição, da mesma forma equiparada, nivelada, a condição de perdoado.

Jesus não afrouxava seu discurso contra o pecado, mas colocava a disposição de todos os seus ouvintes o ensinamento do arrependimento e do pedido de perdão. Jesus não pregava para condenar, Jesus pregava para libertar! Jesus não olhava para pessoas como que fazendo uma escala de mais e menos pecador, ao contrário, Jesus afirmava que todos precisavam da graça e do perdão de Deus, independente do tamanho dos erros.

Jesus nunca criou uma forma de exclusão, Jesus criou uma forma de inclusão, onde mediante o reconhecimento de seus erros, todo homem pode ganhar uma mesma posição diante de Deus. Jesus aponta o pecado do homem, mas, ao mesmo tempo aponta para a possibilidade do perdão.

Outro detalhe interessante sobre o ministério de Jesus foi que, mesmo aqueles que não queriam segui-lo, também puderam comer os pães e peixes da multiplicação, puderam ouvir seus sermões, puderam ser curados e libertados de espíritos imundos, ou seja, foram amados da mesma forma. Muitos daqueles que foram alvo de seu amor não o seguiram. Isso me mostra exatamente a nova forma de pensar que nascia em Jesus... Jesus amava o pecador mesmo quando não era amado por este.

Hoje muito se questiona se o Cristianismo é homofóbico, se o Cristianismo é exclusivista, se o cristianismo é machista, se promove exclusão, etc, mas não é. O Cristianismo inaugurado por Jesus combate o pecado, mas, ama o pecador. Quando o cristianismo fala que o homossexual é pecador, ele está falando de uma condição inerente a todos os homens. Todos são pecadores, e essa foi a mensagem de Jesus. Na mensagem Cristã, todos são convidados a abandonar seus pecados, independente de quais sejam e de quem seja. Tentar proibir o discurso Cristão é tentar apagar a única forma de pensamento humano que não faz acepção de pessoas, pelo contrário, em Jesus está o único pensamento sistematizado onde o homem não tem motivos em si mesmo para se achar melhor que o outro.

Jesus igualou servos e imperadores, escravos e senhores, sacerdotes e prostitutas, gente de bem e roubadores e assassinos. Sim, Jesus considera todos como pecadores, e por isso, independente do tamanho do erro de cada um, o Cristianismo inaugurado por Jesus explora a necessidade de arrependimento e abandono dos erros por todas as pessoas, por menor ou maior que os erros sejam.

Pelo Cristianismo pregado por Jesus, nenhum homem tem condições de bater no peito e afirmar, ‘eu sou melhor que aquele’. Não, pra Jesus nunca existiu melhor ou pior. Jesus olhou o homem sempre numa mesma condição, pois, desde a criação do mundo Jesus via o homem como sua “imagem e semelhança”, e assim o amava como um pai ama um filho, por pior que ele esteja.

A pregação do pecado não segrega, ao contrário, ela nivela, pois, dá a possibilidade de todos os homens e mulheres, sentarem-se lado a lado, e após o arrependimento, sentirem-se sempre numa mesma posição, numa mesma estatura, num mesmo patamar. Nessa terra ninguém é maior que ninguém, essa é a grande verdade. Alguns tem um coração mais amolecido, outros possuem maiores conhecimentos, outros tem mais títulos, outros mais bens, outros tem capacidades maiores nessa ou naquela área, e uns lideram e outros são liderados... Só que a morte iguala a todos. Todos virarão pó... E pra evitar o nivelamento apenas na morte, Jesus abriu a oportunidade de, em vida mesmo, nos olharmos como iguais após o verdadeiro arrependimento, pois, arrependimento produz o perdão, e o perdão produz igualdade, e igualdade é aquilo que tanto falta nos relacionamentos humanos.

Como Cristão, não pretendo me afastar dos ideais de Jesus, pretendo sempre combater o pecado e amar o pecador, e se a bíblia relaciona algo como pecado, isso o faz para mostrar aos homens como um Cristão deve levar a vida, deixando sempre o pecado para trás mas, nunca abandonando o pecador!  E se você agora está se perguntando... "Tudo bem, mas como viver isso na prática?" A melhor resposta que posso te dar é 'Leia a Bíblia e imite a Jesus, condene o pecado de forma a resgatar e perdoar e não condenar os pecadores, que na verdade somos todos nós.

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