Batalhas, tentações e a vitória!


Quanto mais perto de Deus, mais ataques você terá de Satanás? Não, não é verdade! O que acontece quando você está perto de Deus, é que, estando na luz, seus olhos poderão reconhecer com facilidade as investidas do diabo contra você. Nas trevas, longe de Deus, você está preso, aprisionado num cativeiro diabólico que permanece diariamente sob a influência de satanás. Um exemplo disso é o perfume que você usa, você passa e em poucos minutos nem percebe mais o cheiro dele, mas, todos que chegam perto de você o sentem imediatamente. Seu olfato já estava acostumado com a fragrância e assim, deixou de identificá-la como algo diferente, novo. Ele nunca parou de senti-lo, mas, perdeu a habilidade de identificá-lo, pois tornou-se parte de seus cheiros comuns. Eu vivi isso esses dias. Minha esposa deixou cair um pouco de leite dentro de nosso carro. Por algum tempo, todas as vezes que eu entrava no carro eu sentia um cheiro insuportável, e depois de alguns minutos dentro do carro, o cheiro deixava de incomodar. Graças a Deus o cheiro saiu, mas, é exatamente assim que funciona nossa percepção do mundo espiritual. Quando estamos longe de Deus, nem vemos as trevas que nos rodeiam pois, estamos dentro dela, presos e amarrados na escuridão. Quando saímos dela, a luz em que passamos a habitar nos mostra a partir de então, tudo o que antes não víamos, e assim percebemos claramente os ataques que o diabo e seus demônios lançam diariamente contra nós. Vale aqui apenas acrescentar o seguinte, é muito certo também que, quando o diabo e seus demônios percebem que Deus está agindo sobrenaturalmente em você, você se torna alvo certo e direto das forças das trevas, todavia, isso não te deixa mais exposto, de maneira nenhuma. Estar em evidência no mundo espiritual como alguém muito usado por Deus, mesmo que revolte todas as hostes satânicas existentes, não dará aos demônios autorização para tocar em você! E estar extremamente ativo com Deus ainda te dará discernimento para alcançar a vitória através do enfrentamento das lutas diárias contras as trevas com sabedoria, maturidade e o poder do nome de Jesus. Outro erro bastante comum até de Cristãos mais conhecedores da palavra é atribuir ao diabo as tentações diárias que enfrentamos! O problema está dentro da gente, e não fora. A velha natureza é o problema, a raiz do velho homem. A bíblia nos diz em Tiago capítulo 1 versículo 14 que, cada um de nós somos tentados por nossos próprios desejos, e isso é toda a verdade. Vou dar o exemplo de uma tentação quase sempre atribuída ao diabo, mas, observando a bíblia, não é, é você mesmo sendo tentado pelo seu interior! Uma mulher bonita passa perto de você toda sensual e com pouquíssima roupa. Ela passa e olha pra você e ainda dá uma piscadinha! Seus olhos a veem! Pronto, seus sentidos foram ativados, você a viu com seus olhos, o sentido da visão acabou de receber uma informação. Automaticamente essa informação visual é descarregada na mente e alí, seus instintos respondem imediatamente. Quais instintos? Os instintos reprodutivos, os instintos de macho e fêmea existentes dentro de você. Ativada a visão, ativados os instintos, no mesmo instante então, caberá ao coração agora tomar a decisão de controle ou perda do controle. A decisão é sua! A tentação é sua! O máximo que Satanás pode fazer para alguém que está em Cristo é enviar a mulher, todavia, quando se recebeu um novo coração e a mente foi transformada, o sentido percebe a mulher, mas, os instintos já não possuem a força descontrolada que domína o ser! Assim, refreados os instintos, o coração que agora é novo, ganha força suficiente para dizer não àquilo que a própria mente sinaliza como inadequado. No novo convertido, os sentidos estão lá, reconhecendo gostos, aparências, cheiros, texturas! O instinto também está no mesmo lugar, do mesmo jeito e do mesmo tamanho, todavia agora a mente de Cristo que a bíblia diz que recebemos, os controla, pois, registrou sobre eles novas informações, novos valores, novas realidades, todas elas espelhadas na própria mente de Jesus. E, liquidando de vez a tentação, o coração agora que é novo, ama outras coisas, ama ser nobre, ama fazer o bem e não ferir quem quer que seja. O coração agora se apegou a uma nova forma de viver, um viver que ora e pensa em Deus constantemente, que lê a bíblia, que imita a Jesus Cristo em tudo o que faz, um viver totalmente novo onde os sentidos e os instintos podem até expressarem seus velhos gritos, mas, o amor que agora vive dentro dele, encontrou a força para vencê-los!

    

E por falar em submissão, e a parte do homem?


Se o relacionamento de um casal deve olhar o relacionamento entre Jesus e a igreja, o amor do homem pela mulher deve existir mesmo quando não há submissão e honra. É esse amor sacrificial, que dá ao invés de receber, que se entrega, que abre mão da própria vida que vai conquistar a honra e a submissão de sua esposa. A submissão Bíblica, não é e nunca foi sujeição a caprichos, a maus tratos, a homens bipolares que um dia amam e outro dia batem. O amor de Jesus é sempre o mesmo, todos os dias, todas as horas, a cada segundo. É um amor que se importa em ouvir e atender pedidos. É um amor que abre mão da gloria pelo bem da amada. Um amor que se abaixa, pra coloca-la de pé. Um amor que morre pra faze-la viver. Um amor que cuida, protege, dá, literalmente um amor que dá. É um amor que abre mão de si mesmo pela vida abundante da amada. Um amor que nunca machuca, mas que trata feridas. Um amor que divide a própria autoridade, entrega o nome e glorifica. Menos que isso não é o amor de Jesus pela igreja. A um amor assim, a submissão e o respeito são entregues de corpo e alma.

Um forte e carinhoso abraço!
Alvaro L Ribeiro Caetano

Leitura obrigatória pra Maridos:

Efesios5:21
Sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.

Efésios 5:25-31
Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela, para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela palavra, para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito. Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja; porque somos membros do seu corpo. Eis por que deixará o homem a seu pai e a sua mãe e se unirá à sua mulher, e se tornarão os dois uma só carne. Grande é este mistério, mas eu me refiro a Cristo e à igreja. Não obstante, vós, cada um de per si também ame a própria esposa como a si mesmo, e a esposa respeite ao marido.

Enxergando além da casca exterior


Jesus inaugurou o paraíso com um ladrão! Agora, fala a verdade, as vezes um desatento levaria um fariseu, não é? Daqueles que fazem carinha de piedade, botam roupinha de santidade mas o coração que não se pode ver com os olhos, está bem longe do Senhor por causa do orgulho de ser "crente", de fazer "as boas obras", se achando a pessoa de viver "mais impecável de todos", cheio de justiça própria... Com esses Jesus falava assim: ai de tí hipócritas, vocês limpam o exterior do copo, mas o interior está sujo. Ou ainda, haverá menos rigor para Sodoma e Gomorra do que pra vocês. A grande mensagem que Jesus nos envia através daquele ladrão é que todas as pessoas possuem dois lados, o exterior e o interior! Diante disso, para que uma avaliação de alguém seja justa, é necessário enxergar ambos os lados, o exterior e o interior... Quem olhava para aquela cruz via o visível, e o visível era um ladrão, mas Jesus viu o coração, um interior sendo transformado por um encontro de última hora com Jesus! Quem enxerga um lado só não pode julgar! A chance de fazermos uma avaliação errada de alguém só pelo que vemos do exterior, da parte visível é grande demais! Deixemos isso pro Senhor e amemos todas pessoas estendendo a elas misericórdia e graça!

Coração puro + Obediência


Pra Deus, não basta a intenção do coração, tem que haver obediência, e essa obediência é que precisa vir de um coração com boas intenções. Coração bom que desobedece é tolice, e odediência sem coração bom é farisaísmo! Uzá foi um Israelita que tinha um bom coração! Certo dia Uzá estava acompanhando a Arca da Aliança e os bois que a transportavam tropeçaram. Por causa de seu coração bom, Uzá tentou segurar a Arca, e ao tocá-la, morreu imediatamente. A Arca da Aliança estava sendo transportada da forma errada, e Uzá não tinha autorização para tocá-la. Mesmo tendo agido motivado por um bom coração, tocar na Arca para Uzá era proibido e assim, ele pagou o preço da desobediência, mesmo tendo agido "de bom coração".

Caramba! Paulo bateu doído em Romanos 2


No capítulo 2 do livro de Romanos, o apóstolo Paulo fala quase que exclusivamente com o povo Judeu. Trazendo pra nossa época, aos religiosos. A enfase da mensagem desse capítulo é combater a arrogância e o orgulho judaico por possuir uma grande porção de sabedoria divina. Os judeus olhavam as outras pessoas com total desprezo, considerando-se superiores por causa de sua relação com Deus. 

As vestimentas eram motivo de orgulho, as práticas de purificação, o conhecimento das leis reveladas a Moisés, a mensagem dos profetas, tudo fazia com que os judeus se enchessem de arrogância e prepotência. A circuncisão era então o golpe final! Traziam na carne a marca de serem escolhidos por Deus. 

Paulo põe tudo isso no lixo! Confronta pecados, bate de frente contra os erros pessoais de cada indivíduo, chama-os de ladrões, de cegos e ao invés de exaltá-los, os nocauteia com um grande golpe final quando diz que um gentio que tem a vontade de Deus no coração vale mais que um judeu circuncidado que não pratica tudo o que diz crer. 

E você? Você peca ou você não peca? Não estou falando de homicídio, assalto a mão armada... Estou falando de pecados mentais, adultério com o pensamento, por exemplo. Inveja? Maledicência? Mentiras? Não mente nunca? Nunca fez uma fofoquinha? Nunca falou mal de um irmão a ponto de colocar uma pessoa contra a outra? Nunca tomou partido em questões que não te dizem respeito só pra fomentar uma discórdia? Nunca deixou de fazer o bem, dar um prato de comida, socorrer uma pessoa que precisava de amparo? Deixar de fazer o bem quando você podia ter feito é pecado, então, dar uma palavra pra um irmão parar de inventar histórias, deixar de conversas facciosas, tudo isso você podia ter feito e não fez! Porque então essa sua justiça própria arrogante e altamente enganosa?

Você se acha melhor que os outros? Porque os seus pecados são de menor gravidade? Não há pecado mais limpo que o outro. Todos levam ao inferno! Todos evidenciam a maldade humana. Seus atos não purificam você, ao contrário, seus atos apenas te sujam, te destroem, te afastam do próprio conhecimento de Deus que você tem. Suas palavras de julgamento contra alguém que fez tatuagem, contra alguém que cometeu um pecado que "vazou" na língua das pessoas apenas geram pra você a mesma condenação a qual você os sujeita! 

Se Deus é justo e se sua justiça é imparcial, a ira dEle não pode ser enganada por palavras bonitas e vestimentas descentes. Você é igual aos outros! Você é tão pecador quanto os outros! Você necessita de um salvador tanto quanto os outros! Você também precisa de perdão para estar limpo! 

Parem com essa arrogância! Parem com esse orgulho tolo e descabido! Até mesmo o orgulho de ser de Deus, pra vocês deve ser revisto, reavaliado! O céu não é sua conquista, o céu é conquista de Jesus e a mesma quantidade de sangue utilizada para limpar aquele a quem você julga, também foi derramada para limpar você! E assim, Paulo termina o capítulo 2 de Romanos! Quem tem ouvidos para ouvir, ouça e mude bem rápido. Que pancada Paulo! Que pancada!

Comentários em Romanos Capítulo 2


Verso 1 - Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas. 
Nesse capítulo, Paulo deixa de lado a falta de lei entre os gentios e passa a abordar o fracasso de purificação pela lei entre os judeus. Já no inicio desse capítulo, o apóstolo discorre exatamente sobre o tema justiça e aparência, principal problema combatido por Jesus entre os judeus. O Judeu que julga outra pessoa em razão do conhecimento da lei, é então, indesculpável, pois conhece a lei. Se há conhecimento para julgar o outro, esse mesmo conhecimento impedirá que você se diga inocente. Não há uma pessoa que nunca tenha quebrado as leis morais, formais ou princípios divinos. Quando alguém que peca condena outra pessoa por pecar, está trazendo sobre sí o próprio juízo que promoveu, afinal justiça não pode ser parcial. Se você julga impiedosamente alguém por causa de pecado, sendo você também pecador, você também é alvo da  sua sentença.     

Verso 2 - Bem sabemos que o juízo de Deus é segundo a verdade contra os que praticam tais coisas. 
Sendo a justiça de Deus imparcial, e essa é uma premissa universal aceita pelos Judeus, não há como se esconder atrás de uma aparência de santidade. Deus não se deixa enganar. Se o pecado exige condenação para um, assim será executado para todos. Se todos que pecam serão então alcançados pelo juízo divino, ser rigoroso quanto a julgamentos não traz benefício algum. Ou seja, ser judeu e conhecer a lei então, não traz benefício nenhum, apenas evidencia a mesma necessidade de conhecer a graça que perdoa e resgata o pecador. 
Verso 3 - Tu, ó homem, que condenas os que praticam tais coisas e fazes as mesmas, pensas que te livrarás do juízo de Deus? 
Se todos cometem pecado, o fato de combater o pecado poderia livrar alguém da condenação? É claro que não. Ninguém está livre do juízo de Deus, mesmo Judeus ou gentios. O zelo da religião judaica não conseguiu fazer com que ninguém fosse 100% limpo e sem pecado. Ninguém era irremediavelmente irrepreensível. Com essa reflexão, Paulo mostra aos judeus que, ter a lei não os limpa, ao contrário, apenas os suja ainda mais, pois, os erros se tornam escancarados pelo conhecimento. Percebe-se claramente, tanto para Judeu como para os Gentios que a única esperança pra raça humana é a misericórdia de Deus.      

Verso 4 - Ou desprezas a riqueza da sua bondade, e tolerância, e longanimidade, ignorando que a bondade de Deus é que te conduz ao arrependimento? 
Se o Judeu tem absoluta ciência de que Deus é justo e que sua justiça está alicerçada implacavelmente sobre o conhecimento da verdade, e, se todos mereceriam então a condenação, temos a completa visão de que Deus é altamente bom, tolerante e longânimo. Se não fosse a bondade de Deus, como teríamos oportunidade de arrependimento? Seriamos consumidos pela Justiça de Deus se o criador não se relacionasse com misericórdia com a sua criação. Deus é justo, certamente, mas, graças damos a Ele por sua bondade que pacientemente dispensa misericórdia sobre a humanidade, sem ela, todos seriam imediatamente consumidos.  
Verso 5-6 - Mas, segundo a tua dureza e coração impenitente, acumulas contra ti mesmo ira para o dia da ira e da revelação do justo juízo de Deus, que retribuirá a cada um segundo o seu procedimento: 
Mesmo sendo Deus misericordioso, o povo Judeu nunca deixou a dureza de coração. Frieza espiritual, ingratidão, desobediência, são apenas poucas faces da vida desse povo. Será que poderão escapar da ira do Senhor prometida no dia do juízo final? Toda pessoa será julgada de acordo com suas obras, e apenas pelas obras, nenhum judeu se justifica, não há um justo sequer. 
Verso 7 - a vida eterna aos que, perseverando em fazer o bem, procuram glória, honra e incorruptibilidade;
Onde não for encontrado pecado, Deus concederá a vida eterna. A divina justiça se manifestará rigorosamente a cada pessoa pelos frutos que a mesma produziu. O problema dessa afirmação, a de que o justo terá vida eterna, é que não há ninguém 100% justo, e Deus é absolutamente imparcial. Não há jeitinhos diante do tribunal do Criador e esse conceito já foi abordado por Paulo nos versículos anteriores. Saber que há vida eterna para quem persevera em fazer o bem somente seria confortante caso a pessoa nunca tivesse feito algo mal. Um milhão ações boas são destruídas por uma unica ação má, afinal, Deus não pode fingir que não a viu.   

Verso 8 - mas ira e indignação aos facciosos, que desobedecem à verdade e obedecem à injustiça.
Todos, em algum momento desobedecem e falham diante de Deus. A esses a ira está reservada. A pergunta então é: quem nunca falhou? 
Verso 9 - Tribulação e angústia virão sobre a alma de qualquer homem que faz o mal, ao judeu primeiro e também ao grego; 
Ninguém que tenha feito o mal escapará, tanto o Judeu quanto o Grego. Paulo diz "ao Judeu primeiro" pelo fato do judeu ter recebido as leis no deserto, e através delas ter tido conhecimento dos atos que Deus condenava na humanidade. Quem conhece melhor, deveria fazer melhor!  
Verso 10 - glória, porém, e honra, e paz a todo aquele que pratica o bem, ao judeu primeiro e também ao grego. 
Recompensa em glória, honra e paz será o resultado para quem pratica o bem. Nos capítulos a frente Paulo mostrará com clareza que o evangelho de Jesus é a única solução para a humanidade. Crer e receber o perdão é o remédio que satisfará a justiça divina.  
Verso 11 - Porque para com Deus não há acepção de pessoas.
Deus julgará Judeu e gentio da mesma maneira. Ninguém escapará! Cada um será responsável individualmente por sua vida.
Verso 12 - Assim, pois, todos os que pecaram sem lei também sem lei perecerão; e todos os que com lei pecaram mediante lei serão julgados. 
O Gentios serão condenados sem o conhecimento da lei, mas, pela maldade do coração, e os Judeus da mesma maneira. Um condenado como Adão o foi, sem lei mas pela desobediência ao próprio Deus e a sua vontade, outro pela letra da lei que nada mais faz que, revelar a desobediência, as faltas e as falhas do homem. Vale aqui lembrar que a lei nunca produziu santidade, apenas evidenciava o erro e tornava o judeu ainda mais responsável por seus desvios.
Verso 13 - Porque os simples ouvidores da lei não são justos diante de Deus, mas os que praticam a lei hão de ser justificados.
Não basta ter uma lei, é necessário cumpri-la. Conhecer a lei não torna o homem justo, pratica-la sim. Paulo está preparando o caminho para a apresentação do evangelho cristocêntrico onde Jesus Cristo cumpre a lei em sua totalidade. 
Verso 14 - Quando, pois, os gentios, que não têm lei, procedem, por natureza, de conformidade com a lei, não tendo lei, servem eles de lei para si mesmos. 
Não há desculpa para os gentios em razão de sua própria consciência. Assim, mesmo não possuindo o conjunto de leis apresentado pela Torah, os gentios possuem dentro de sí uma predisposição ligada a sua própria consciência que os cobra uma vida moral, ética e longe do erro. Essa consciência os mostra que, ora ou outra eles erram. Esses erros apontam para um ser humano falho e condenado. Na verdade, essa predisposição para errar é a natureza pecaminosa herdada de Adão, e a consciência natural de moralidade humana é o resquício da fagulha do criador que fez o homem sua imagem e semelhança.   
Verso 15-16 - Estes mostram a norma da lei gravada no seu coração, testemunhando-lhes também a consciência e os seus pensamentos, mutuamente acusando-se ou defendendo-se, no dia em que Deus, por meio de Cristo Jesus, julgar os segredos dos homens, de conformidade com o meu evangelho.
Aqui Paulo aborda novamente essa fagulha de Deus existente dentro do homem por ter sido criado a imagem e semelhança do Criador. A cobrança de consciência para não errar e ser bom que até o gentio possui, é a régua para a sua condenação. (Ver verso 14) 
Verso 17 - Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus;
A partir desse verso, Paulo passa a formular sua acusação ao Judeu que se orgulha de ser o "povo escolhido de Deus" e "possuir as suas leis", mas que, mesmo tendo a lei não a vive integralmente. Se gloriam de serem escolhidos, mas, fazem disso motivo para viver relaxadamente. Não há como negar que Paulo satiriza os cidadãos de nacionalidade judaica como se dissesse, "por terem nascido Judeus, acham que está tudo resolvido?" Dormem em cima da lei como se a lei santificasse alguém? O que santifica é a prática e não o conhecimento. O fim desse versículo ainda contrapõe uma aparente contradição, afinal, se gloriar em Deus não é um erro, então, nesse contexto o que Paulo combatia era a arrogância judaica em se sentirem escolhidos. Eles se sentiam superiores por terem sido escolhidos, mas, isso não era suficiente para livrá-los da ira vindoura do dia do Senhor.    
Verso 18 - que conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei;
Não há desculpas para quem conhece a vontade de Deus e não a pratica. Na verdade o que Paulo combate aqui é a arrogância judaica que se sentia dona da verdade de Deus. Ser Judeu era acreditar possuir a verdade de Deus que dá ao homem a possibilidade de ser bom e agradar a Deus. Será que isso era real? Se fosse, porque todos fracassaram em cumprir a lei?
Verso 19 - que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas,
O orgulho judaico é o cerne dessas afirmações de Paulo.  Como Deus não os julgará se tendo a luz não andaram nela? Como Deus os livrará se tendo sido escolhidos para obedecer, não obedeceram. Tendo sido escolhidos para servir, não o serviram, caindo constantemente em suas concupiscências como a própria história judaica não faz questão de esconder. Mesmo assim os judeus olhavam os "sem lei" com desprezo e julgamento. Paulo nesse capítulo põe ordem na casa e equipara todos os homens a uma mesma posição, qual seja, condenados e indesculpáveis.   
Verso 20 - instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade;
Possuem a luz que é a lei, mas, vivem em trevas. Possuem o conhecimento, mas o desprezam. Como poderiam ser perdoados? Como enfrentar a ira divina e saírem ilesos? Como poderia a ler ser tão sábia se a mesma não conseguiu justificar um único sequer? Será que no judaísmo há mesmo motivo para se orgulhar?
Verso 21 - tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas?
Paulo contrasta aqui a desconexão entre o discurso e as motivações gravadas no coração. Pregam a verdade, mas vivem a sua própria mentira. Vale aqui deixar claro que essa foi a mensagem de Jesus aos judeus. "Limpos por fora, mas, sujos por dentro". A lei podia deixar o exterior impecavelmente arrumado, mas, através das tradições e dos costumes criados para burlar a lei, da imoralidade e das intenções ocultas aos homens mas, visíveis a Deus, como poderá alguém ser livre da condenação? Do verso 21 ao 24 Paulo faz apontamento corajoso das principais injustiças praticadas pelos Judeus e toleradas por eles. Era professor dos outros, mas, não vivia o que ensinava. Ladrão de bens familiares, de balanças fraudulentas e principalmente dos templos, como mencionado no próximo versículo.   
Verso 22 - Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos?
Os Judeus são acusados especificamente contra pecados bastante presentes entre o povo. O adultério que sempre esteve presente na humanidade, sendo o sexo uma das mais inflamadas áreas capazes de destruir o homem. (veja o verso 21). Aqui a uma tônica bastante evidente contra a justiça própria e o falso moralismo. 
Verso 23 - Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei?
Paulo evidencia toda a injustiça dos judeus no final do capítulo 2. Na verdade, Paulo é bem mais duro com os Judeus do que com os gentios. São incoerentes, desobedientes, desonestos para com Deus, orgulhos, arrogantes por se acharem portadores do favor divino. Se consideravam beneficiados por terem recebido a lei, mas esqueceram de que cumpri-la era o real objetivo.
Verso 24 - Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa.
Até mesmo o nome de Deus é escarnecido por causa da desobediência de seu povo, afinal, a hipocrisia e o farisaísmo judaico, inúmeras vezes se sobrepõe a própria  religião.
Verso 25 - Porque a circuncisão tem valor se praticares a lei; se és, porém, transgressor da lei, a tua circuncisão já se tornou incircuncisão.
Os Judeus receberam a circuncisão como marca da aliança entre o povo de israel e seu Deus. Essa circuncisão era apenas uma marca, um sinal de uma ligação entre o criador e seu povo, e não devia ser olhada com arrogância. Ela não valia nada para alguém que não cumpria a lei. O cumprimento da lei é que justificava o homem e não a marca que este carregava em seu corpo. É claro que Paulo reconhece o valor da circuncisão como quem diz, realmente ser judeu é um grande privilégio pois, o próprio Deus se revelou ao seu povo, mas, de nada adiantava essa marca, se a vida não correspondesse aos ordenamentos recebidos.  
Verso 26 - Se, pois, a incircuncisão observa os preceitos da lei, não será ela, porventura, considerada como circuncisão?
Paulo coloca aqui em cheque o judaismo como incapaz de solucionar o problema do pecado do homem. Se um gentio, incircunciso cumprir a lei, não será ele considerado justo? Não será ele aprovado pelo criador? Se assim o é, Paulo declara sem meias palavras que ser correto vale mais que a circuncisão.
Versos 27-29 - E, se aquele que é incircunciso por natureza cumpre a lei, certamente, ele te julgará a ti, que, não obstante a letra e a circuncisão, és transgressor da lei. Porque não é judeu quem o é apenas exteriormente, nem é circuncisão a que é somente na carne. Porém judeu é aquele que o é interiormente, e circuncisão, a que é do coração, no espírito, não segundo a letra, e cujo louvor não procede dos homens, mas de Deus.
Quebrada está aqui a enganosa justiça judaica. Ninguém é aceito simplesmente pela circuncisão. A palavra escrita só teria valor se realmente invadisse o coração, tanto do judeu como do gentio. De nada adianta uma marca exterior se o interior está impuro. Da mesma forma, o interior, este sim é capaz de justificar o homem, e isso, quando a circuncisão se opera no coração. Paulo aqui certamente está se referindo a nova aliança, uma aliança marcada pelo Espírito Santo que, imprime no interior do homem a vontade revelada de Deus, mesmo aqueles que nunca conheceram a lei ou a circuncisão. Nesses últimos versículos, tanto referindo-se a circuncisão como apontando para a lei, essas, só tem valor se estiverem impressas no interior do homem.

Comentários em Romanos Capítulo 1


Romanos 1 

Verso 1 - Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus;
Ao escrever para os Cristãos de Roma, paulo inicia sua carta reafirmando o seu apostolado como uma escolha realizada por Deus, e não por ele. Como servo, Paulo se coloca numa posição de não possuir escolha, Ele não tinha opção, senão dedicar-se ao evangelho com lealdade e obediência. Até a própria separação de Paulo é aqui atribuída a Deus. Deus separa, Deus consagra, e Paulo se dedica por ser agora propriedade de Jesus!
Verso 2 - qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras;
Muitos eram o judeus convertidos em Roma, e tanto a estes como aos próprios gentios, Paulo deixa bem claro que a mensagem do evangelho de Jesus não é uma nova cultura religiosa, ao contrário, Jesus é o cumprimento cabal do Velho Testamento, o livro dos Judeus tornava-se revelado em Jesus. Todas as promessas relatadas no velho testamento agora se cumpriam em Jesus!
Verso 3 - com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi;
Jesus é o cumprimento de tudo, inclusive e principalmente o Grande e Esperado Messias esperado pelos Judeus. Se este seria descendente de Davi, Paulo deixa claro que este requisito também o era atendido por Jesus. Aqui podemos visualizar a humanidade de Jesus, e nó próximo versículo Paulo evidencia a divindade.
Verso 4 - e foi designado Filho de Deus com poder, segundo o espírito de santidade pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor;
Nesse versículo Paulo apresenta Jesus como alguém existente antes da encarnação. O mesmo de Genesis 1 quando Deus cria tudo se utilizando do plural, "façamos o homem a nossa imagem e semelhança". Ressalta ainda aqui que a perfeição moral de Jesus Cristo que só poderia existir se a fonte fosse realmente divina. Completa aqui como prova de quem era Jesus o fato de o mesmo ter ressuscitado com provas cabais a época, (diversas testemunhas ainda vivas) e que mostravam que este Jesus não era um homem qualquer. Jesus Cristo, nosso Senhor era, efetivamente esse de quem as escrituras tanto anunciaram.
Verso 5 - por intermédio de quem viemos a receber graça e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios;
É por meio de Jesus que os romanos receberam o favor imerecido (Graça), ou melhor traduzindo, o favor divino a pecadores indignos, e é por esse mesmo Jesus que Paulo recebeu o Apostolado. A obediência por fé que Paulo se refere é a submissão confiante ao Cordeiro de Deus e ao Salvador do mundo a que todos os Cristão se submetem. A mensagem de Jesus entra e substitui qualquer crença, qualquer religião. Crer em Jesus toma o lugar de qualquer outra coisa, e a confiança nessa nova realidade chega a ultrapassar a compreensão natural das coisas. A fé impulsiona a ação deles e de Paulo, principalmente entre os Gentios. (Paulo era comissionado aos Gentios - Apóstolo dos Gentios/não judeus)
Verso 6 - de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo;
Paulo e os Cristãos de Roma estão debaixo de uma mesma fé, escolhidos pro Jesus Cristo, e além desta irmandade, Paulo ainda afirma sua responsabilidade para com Eles. Os Gentios eram seu campo missionário e Paulo deixa isso evidente, mostrando então a razão do porque escreve para eles. Não foi Paulo quem iniciou essa igreja, por isso a preocupação em demonstrar a sua autoridade para escrever.
Verso 7 - A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos, graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo.
Aqui entram várias compreensões de Paulo. Graça e Paz, a saudação dos gentios (graça) e a saudação dos judeus (paz), com isso Paulo saúda ambos. Paulo reforça a eles o chamado de Deus para cada um deles, um chamamento de amor, um amor que os escolheu para serem Santos, cuja santidade decorre de um ato exclusivo de Deus e que será amplamente abordado por Paulo nos parágrafos a frente. Para finalizar essa saudação inicial, Paulo se mostra representante do Pai e do Filho, deixando claro a existência de um só plano, um só projeto, uma só escolha, um só Deus, e que Pai e Filho são um!
Verso 8 - Primeiramente, dou graças a meu Deus, mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque, em todo o mundo, é proclamada a vossa fé.
Paulo demonstra ter conhecimento de que a igreja de Roma tem experimentado uma vida Cristã que invadia todos os habitantes de Roma e quem mais ouvisse sobre aquele lugar. O evangelho alí estava sendo vivido abertamente, com muitos testemunhos a respeito da nova vida em Jesus. A igreja de Roma manifestava sua fé publicamente e com grande entusiasmo, o que os tornavam amplamente conhecidos. Paulo mostra que sabe para quem está escrevendo e isso seria extremamente importante para evitar questionamentos sobre sua carta.
Verso 9 - Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós;
Paulo respalda aqui mais uma vez sua autoridade apostólica ao reafirmar sua submissão a Deus a quem ele serve no serviço Cristão, revelando também que os irmãos de Roma são abençoados com suas orações. Paulo, mesmo não estando lá, é coluna de oração da igreja em Roma.
Verso 10 - em todas as minhas orações, suplicando que, nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. 
Orando por eles em todo o tempo, Paulo manifesta profundo desejo em visitá-los, o que pede insistentemente a Deus que assim o permita.  
Verso 11-12 - Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejais confirmados, isto é, para que, em vossa companhia, reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha. 
Paulo deseja viver a comunhão plena da igreja com os irmãos de Roma através do serviço que edifica o corpo. Tanto quer abençoar como ser abençoado, tando que ajudá-los a crescer como quer crescer com eles. Paulo quer pregar, ajudar, amparar, orar junto, viver e repartir algum de seus dons com a igreja de Roma.     
Verso 13 - Porque não quero, irmãos, que ignoreis que, muitas vezes, me propus ir ter convosco (no que tenho sido, até agora, impedido), para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios. 
Muito provavelmente o encontro de Paulo com Jesus se deu por volta do ano 34 e sua morte em 67 ou 68 d.C. Sua primeira viagem missionária ocorreu 10 anos após sua conversão. No período de suas viagens, o trabalho de Paulo o consumia tanto em dedicação como em resistência. Levar o evangelho ao mundo conhecido era sua missão e ele faria isso ao custo da própria vida. Ir a Roma, por mais que fosse um desejo do apóstolo, teve que esperar longos anos. Na verdade, Deus não permitia que Paulo encontrasse tempo pra ir a Roma, e isso acabou por gerar em Paulo um desejo grande em se desculpar com os irmãos. Paulo faz questão de deixar claro que Deus é quem tinha outros planos, mas que, não visitá-los até mesmo o entristecia profundamente. Paulo primeiro visitou todas as províncias romanas, espalhando o evangelho e fundando inúmeras comunidades Cristãs, e somente perto de sua morte é que chegou ao centro político e administrativo Romano.    
Verso 14-15 - Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma. 
Nesse trecho Paulo deixa mais uma vez claro que, embora impedido de realizar seu desejo de ir vê-los, ele tinha consciência de que Roma estava incluída em seu ministério, em seu chamado apostólico. O que paulo receberá do Senhor Jesus era tão precioso que criava em Paulo uma dívida de amor impagável para com todos os homens, independente de nacionalidade, cultura, credo, etc.
Verso 16 - Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 
Sendo Judeu e possuindo o título de cidadão Romano, Paulo gozava de muitos motivos humanos para se orgulhar. Esse orgulho que ele fazia questão de afirmar não possuir (Paulo deixou esses orgulhos na cruz), com muita certeza impediu muitas outras pessoas a época em juntarem-se a nova fé Cristã. Diante disso Paulo reafirma aqui que não se envergonha daquilo que crê, mesmo sabendo que a sua fé quebra a pompa dos poderosos! Nesse ponto é necessário entender que o Cristianismo não era e nunca foi uma "organização da elite". Ao contrário disso, o Cristianismo acabava com a separação de pessoas por classe social, nacionalidade, cor, língua e fazia com que o Senhor de escravos sentasse a mesa com seu criado, que o rico dividisse o pão com o pobre, que o nobre se colocasse na mesma posição do inculto, iletrado. Crer no evangelho podia ser motivo de vergonha pra gente com as posições de Paulo, todavia, pra ele não! Paulo havia entendido que Deus não faz acepção de pessoas e que, o evangelho de Jesus Cristo era o poder de Deus que destruía as barreiras de separação entre os homens. A afirmação de Paulo "primeiro ao judeu" parte do conhecimento teológico de que, os judeus foram os primeiros alvos da escolha divina.
Verso 17 - visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé. 
A partir de agora a justiça de Deus se revela na fé que brota, uma a uma, de irmão para irmão através do espalhar das boas novas (um irmão leva a fé ao outro). Deus agora escolhe quem pela fé o recebe. A salvação torna-se individual e aberta a todas as pessoas, sem distinção de características exteriores. O evangelho mistura todos que recebem a fé!
Vale fazer um parentese aqui para dizer que, esse versículo 17 é o grande resumo da carta aos Romanos, "o evangelho é a justiça de Deus pela fé".
Verso 18-20 - A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
Ao mesmo tempo que a Graça revela bondade, é essa bondade que, sendo boa, condena quem não crê nela! Até esse momento da história, Deus havia se revelado aos gentios apenas indiretamente, através da criação, da criatura, da obra criada. Essa atração pela divindade existente dentro do homem, independente de sua nacionalidade e cultura é revelada pela necessidade que o homem possui em criar religiões. Sim, o homem possui no fundo do seu ser um desejo em compreender a criação através de um criador, e por isso os deuses pagãos sempre se multiplicaram. Em Roma não era diferente. Os Romanos eram politeístas, praticando cultos a várias pseudo-divindades. É nessa linha de raciocínio que Paulo se encontra. Jesus veio salvar todo aquele que nEle crer, mas, ao mesmo tempo, quem não crer será condenado a ira de Deus. Não há mais esperanças para jeitinhos ou realização de obras pessoais. Ou é Jesus ou não há salvação fora dEle! Paulo então revela a mensagem contra aqueles que, sentindo que realmente existe um Deus que tudo criou, propagam, mentiras que impedem a "verdade" de Jesus avançar. Pra tais pessoas não há desculpa! Se eles possuem dentro deles algo que diz que existe Deus, Paulo agora revela quem é Aquele que eles buscam.       
Versos 21 - porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
Paulo condena mais uma vez a invenção de divindades. Sentem o desejo de conhecer a Deus, e para satisfazer esse desejo, inventam crenças para adorar animais, pessoas, insetos, objetos, lugares. Nesse ponto Paulo está revelando Jesus Cristo, aquele que ressuscitou sem deixar dúvidas (pois naquela época apareceu vivo após a crucificação para muitas pessoas), e assim, não haveria mais forma de se desculpar com Deus! Os Romanos e todas as pessoas daquela época conviviam diariamente com testemunhas oculares de que Jesus estava vivo após a crucificação, e mesmo assim, muitos preferiam não acreditar na verdade simples da REALIDADE testemunhada, para criar filosofias. Deus se revelou em Jesus, mas mesmo assim muitos preferiram achar que aquilo era uma loucura. Esses se perderiam em seus raciocínios!    
Verso 22 - Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos 
Crer em Jesus, acreditar na mensagem do evangelho era algo que parecia simples demais. Os inconformados com essa simplicidade que trazia o perdão pelo ato de crer, que restaurava a relação de Deus com o homem através do simples ato de crer no evangelho, de tão simples, parecia loucura. Assim, muitos que não se conformavam com a mensagem simples da cruz, afundavam-se em suas especulações religiosas, suas filosofias de vida, tentando encontrar algo mais complexo, mais fundado em sabedoria humana, uma sabedoria firmada na troca, que precisa dar algo para receber. Quem está acostumado com a lógica matemática das relações humanas tem dificuldade em compreender um Deus que zera a conta do pecado gratuitamente. 
Verso 23 - e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.
Aqueles que se julgavam sábios e tinham dificuldade em aceitar a simplicidade do evangelho, ao invés de adorar a Deus, passaram a adorar a criatura, fazendo imagens de todo tipo de animais e os chamando de deus.  
Verso 24 - Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si; 
Uma religião impura, resulta em uma vida impura. Sem a mensagem purificadora de Jesus, o homem estava entregue as suas paixões, e assim, cada um se deleitava em seus mais escondidos desejos. Tudo é permitido e nada é condenável na cabeça de alguém que não cultiva uma espiritualidade sadia. Longe da sabedoria da Cruz, cada um cria suas próprias regras, cada qual, pendendo para suas próprias inclinações pessoais.  
Verso 25 - pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém!
Ao invés de se renderem a Deus que criou, renderam-se a cultos de adoração a obra criada. O que é uma galinha? Uma vaca? Uma águia? Um homem? São parte da criação e não o Criador! Todos esses que assim vivem serão condenados pela mensagem da cruz!
Verso 26 - Por causa disso, os entregou Deus a paixões infames; porque até as mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas por outro, contrário à natureza;
A promiscuidade, a perversão sexual, os vícios, o uso não natural do corpo é visto aqui, não apenas como uma permissão de Deus, mas, principalmente como juízo divino. A destruição social, familiar e pessoal que essas coisas produzem são certamente juízo de Deus sobre o povo inserido nessas práticas. A própria mente se cauteriza e não há mais limite para a imoralidade.     
Versos 27 - semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo, em si mesmos, a merecida punição do seu erro. Entregues os gentios a reprováveis sentimentos
Vê-se claramente aqui que a falta de conhecimento de Deus entrega a criatura ao domínio de seus próprios estímulos. Isso é assim tanto na sexualidade como na própria consciência. A destruição da sociedade de forma geral é parte do juízo de Deus a sociedade sem freios. (veja verso 26)     
Verso 28 - E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, 
É assustador onde o homem pode chegar movido apenas por paixões e desejos. A consciência do certo e do errado se apagou destes. (veja verso 26 e 27)
Verso 29 - cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
O fim de um povo sem Deus e afundado na imoralidade é a destruição, e o desenfreado modo de viver Romano os entregava a isso. Perde-se tudo! A segurança, a justiça, a verdade, tudo se perde no aprofundar da imoralidade.  
Verso 32 - Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
No final desse primeiro capítulo Paulo deixa claro que a falta de leis a que os gentios estão submetidos trará sobre eles o juízo de Deus para a condenação! Outro ponto facilmente percebido diz respeito as consequências do pecado, a morte eterna e a destruição da estabilidade cotidiana e social. O pecado separa o homem do criador eternamente como consequência final, mas ao mesmo tempo destrói a vida através da falta de moralidade e integridade das relações humanas.
A Fé é o único remédio para a humanidade. Fé em Jesus Cristo e em sua mensagem da graça trazida pelo evangelho! Se no primeiro capítulo Paulo aborda que a falta de lei para os Gentios é motivo para toda a sorte de degradação, no capítulo seguinte Paulo mostrará que a lei dos Judeus também não resolveu o problema. A lei também não foi remédio suficiente para a restauração do homem. A fé é a resposta, tanto ao gentio, quanto ao judeu.

Secos, desregulados ou em crescimento

Novos convertidos passam por uma grande experiência com Jesus, mas, não conhecem a bíblia. Eles conhecem a Jesus, mas, desconhecem as escrituras. Crentes velhos tendem a conhecer muito das escrituras, mas, terem poucas experiências com Jesus. O novo convertido passa por aquilo que chamamos de "primeiro amor" exatamente nessa fase inicial de vida Cristã. Eles não conhecem a palavra mas conhecem a Jesus. O Velho convertido começa a conhecer todos os detalhes de quem escreveu Habacuque, quem escreveu Apocalipse e em que ano foi escrito o Livro de Isaias, mas, na maioria esmagadora das vezes aquela paixão inicial gerada pela fé enfraquece. São rígidos, duros, com pouco amor. Essas coisas acontecem quando o discípulo se foca na palavra e esquece do autor. Só Espírito sem Palavra é problema. Só Palavra sem Espírito é mais problema ainda! Quando o autor da Palavra é negligenciado a bíblia vira uma enciclopédia de história. Palavra sem Espírito você seca, Espírito sem palavra você desregula. Muita Palavra e muito Espírito você cresce! Não negligencie nenhuma dessas coisas, mas não se esqueça, é o Autor da palavra quem gera vida, paixão, amor e frutos! Jesus é o Autor! Jesus é a palavra! A palavra encarnada!



Eu escolho obedecer!

Senhor, me tira daqui! Senhor, me livra de ter que passar por isso! Senhor, eu não quero enfrentar essa situação! Senhor, eu quero desistir! Senhor, me leva embora desse lugar! Senhor, eu não quero sofrer com situações assim! Senhor, passa de mim esse cálice! Orações assim não são feitas por perdedores, mas, por gente cansada, moída ao último e consciente de que ainda há sofrimento pela frente! O que difere um perdedor de um vencedor é a submissão que o leva a terminar essas orações assim: "todavia não seja feita a minha vontade, mas, a tua!"
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