Da letra para o Espírito



Púlpitos cheios de conhecimento, mas, vazios de Deus...

Estamos definitivamente vivendo o tempo do cristianismo barato. O tempo em que muitos Cristão nem sabem mais o que ser Cristão deveria significar.

Vivemos um grande estímulo para entender o cristianismo como o movimento "CBC"... Correntistas do Banco Celestial... A moda agora é essa, usar o céu para trocar nossos cheques espirituais, nossos vale promessas, nossas duplicatas das conquistas. A moeda corrente passou a ser os sacrifícios. Alguns, nem mesmo os sacrifícios estão dispostos a fazer, mas, passam todo o seu tempo na fila do caixa do céu, exigindo seus créditos, seus depósitos de prosperidade em conta corrente.

As letras das novas músicas injetam combustível de foguete na alma do novo Cristão, e isso é realmente bom. Como observador do ser humano, não posso negar que alguém motivado faz muito mais que uma pessoa sem motivação. O estimulo da fé é algo realmente abençoador, e creio que a comunidade da fé, o culto público, deva sim ser o lugar para TURBINAR a alma do povo... Vejo ainda, que a maioria dos Cristãos que enxergam o equívoco e as distorções implantadas no seio da igreja, culpam como maiores responsáveis pelo desvio que vivemos, a música cantada, a forma do culto, as inovações liturgicas e as inovações tecnológicas e culturais das práticas no culto... Acontece que o problema está bem longe dalí. O problema se concentrou no púlpito, na fraquesa da pregação, no excesso de conhecimento e na pobreza espiritual dos líderes, altamente formados teológicamente, mas, reprovados no quesito espiritualidade.

A pregação não condena mais a prática do pecado. A pregação não fala mais sobre gastar horas com Deus. Não se ouve mais sobre a necessidade do amor praticado dentro e fora da igreja... Na ordem de repartir, na ordem de abençoar o próximo através da prática do amor. Ninguém fala mais que é melhor dar do que receber!

Andar na luz passou a ser andar na igreja, se tornar membro. Discipular passou a ser classe de batismo, outra adaptação desastrosa e benéfica somente aos acomodados. A igreja criou cerca de 10 lições para que a pessoa seja batizada. Assim, o candidato a batismo vai na igreja, entrega sua vida para Jesus, entra na classe de batismo, recebe as 10 lições, e está pronto! Batiza-o e solta-o para andar sozinho. Não há exemplos bíblicos sobre tal prática. Na bíblia a pessoa se batizava após entregar a vida para Jesus, pois essa era a única exigência, e após o Batismo o discipulado começava e durava a vida toda, e não as nossas 10 lições. Criar as lições anteriores ao batismo é inventar um meio para 'aliviar a consciência' do discipulador, que, inicia o discipulado sem compromisso de acompanhamento de vida, mas sim, de acompanhamento de programa curricular com inicio, meio e fim. Acabou a última lição, acabou o compromisso do discipulador.

Nossas igrejas muito ainda falam do bom preparo de seus líderes. Bom, as perguntas que sempre tive em minha mente foram: - Quem define a grade curricular do novo líder e se os requistos envolverão conhecimento ou vida espiritual? Optamos pelo conhecimento! Matamos o espírito e exaltamos a letra.

Muitos pastores somente veem pessoas convertidas porque elas se entregam durante os cultos. Na vida pessoal e particular, optamos por escolher homens de negócios eclesiáticos. O ardor missionário vai sendo substituído pelo desejo de voltar ao que a igreja era, todavia, sem a pregação do evangelho que se pregava, no tempo que se quer restaurar.

Não eram o hinos que eram bons, nem era a ordem de culto que era boa no tempo de Jesus, mas os conceitos que eles tinham sobre o que era realmente ser um Cristão.

Não adianta cortar músicas, não adianta voltar formatos antigos, não adianta pegar métodos e práticas passadas e trazer de volta pra igreja, se no púlpito o compromisso de vida com Deus não for reavivado. Não adianta exigir faculdade, muito menos desempenho escolar. A vida com Deus se encontra no campo da espiritualidade. Conhecimento é bom? Sim, claro que é. Mas, quais conhecimentos são realmente necessários? Conhecimentos educacionais ou espirituais? Sinto dizer que no ritmo que estamos certamente haveremos de ver líderes de igreja cheio de conhecimento mas, sem nenhuma experiência de conversão.

Hoje corremos o risco de estar em uma igreja onde o líder já tenha lido centenas de livros, mas, sequer leu a Bíblia toda! Isso é bem real.

Nossos púlpitos passaram a manifestar um evangelho cheio de conhecimento, mas pobre de Deus. Isso é reflexo da vida de quem sobe no púlpito. Gente fria, sem vida... Mas com muito conhecimento... Diante disso resta ainda a seguinte pergunta: Porque então o conhecimento dessas pessoas não está sendo suficiente para se combater as distorções do evangelho que vemos tanto hoje em dia? A resposta é simples... Porque é o Espírito de Deus, quem conduz o homem a verdade... Não adianta conhecimento, não adianta fala eloquente, quando não se vive diariamente a experiência de tomar sua cruz para seguir a Jesus.

Enquanto nossos líderes acharem que são funcionários de igrejas e se esquecerem que são SERVOS DO REINO DE DEUS, nada irá mudar, ao contrário, somente piorará. Enquanto no centro da vida de um líder não estiver apenas Deus, nada acontecerá. Endeusaram o conhecimento e rebaixaram o poder do Espírito Santo. O conhecimento passou a reinar no trono de muitos líderes, como se isto os pudesse torná-los aptos a caminhar com Deus. Poucos saem de casa toda manhã com a compreensão de que são funcionários do Céu!

Minha oração é para que, ainda valorizemos o estudo, e assim, continuemos buscando respostas, entendimento, compreensão das situações da vida, das questões da ciência e dos detalhes da palavra de Deus, mas que, acima e antes de tudo isso, possamos decidir viver e experimentar na prática e não em palavras, o que é andar e servir a Deus.

Eu ainda sonho em ver a virada da Igreja... DA LETRA PARA O ESPÍRITO!


Nenhum comentário:

Postar um comentário

Este site é melhor visualizado no navegador Google Chrome

LEIA MAIS

LEIA MAIS